O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump se entregou em uma prisão no estado da Geórgia nesta quinta-feira (24). Ele ficará detido brevemente por ter sido acusado de tentar alterar o resultado das eleições presidenciais de 2020.
Ele ficou pouco tempo no local e já saiu porque aceitou pagar a fiança de R$ 1 milhão (veja mais abaixo). Segundo a rede CNN, ele também recebeu um número que o identifica no sistema de Justiça do estado.
O “mug shot” dele, a foto de identificação de pessoas que são fichadas na Justiça, também foi divulgado. Apesar de Trump ser réu em outros três processos, ele não havia sido fotografado dessa forma até agora.
O ex-presidente compartilhou a foto em sua plataforma de mídia social, Truth Social, com um link para o site de sua campanha, onde a fotografia aparece destacada com uma solicitação de doações.
“Hoje, na prisão notoriamente violenta do condado de Fulton, Geórgia, fui PRESO apesar de não ter cometido NENHUM CRIME”, escreveu ele na plataforma.
Seu ex-advogado Rudy Giuliani, um dos 19 processados pela tentativa de anulação do resultado das eleições neste estado em 2020, afirmou na quarta-feira que falou com Trump para lhe desejar boa sorte.
Permanência breve
Já se esperava que a permanência de Trump na prisão superlotada e insalubre conhecida como Rice Street Jail fosse breve.
Assim como dez dos 11 acusados que já se entregaram à Justiça, Trump foi liberado após concordar com o pagamento de uma fiança, fixada em US$ 200 mil (cerca de R$ 1 milhão na cotação atual).
Seu último chefe de gabinete, Mark Meadows, se apresentou nesta quinta-feira e foi liberado após pagar fiança de US$ 100 mil (aproximadamente R$ 500 mil). Outro acusado, Harrison Floyd, ficou detido porque não foi favorecido com a liberdade sob fiança.
Todos tiveram as digitais coletadas e sua foto de registro policial tirada, que rapidamente foi divulgada na imprensa e nas redes sociais.
As duas entradas da prisão foram fechadas ao trânsito na manhã desta quinta-feira, com exceção dos veículos da polícia. Agentes com coletes à prova de balas esperavam em um dos acessos em uma van.
Troca de advogado
Nesta quinta-feira, Trump trocou de advogado na Geórgia, substituindo Drew Findling por Steven Sadow, uma decisão que ainda não foi explicada.
No passado, Sadow criticou a lei contra o crime organizado usada pela promotora do condado de Fulton, Fani Willis, para indiciar coletivamente os 19 réus, uma norma que prevê penas de cinco a 20 anos de prisão.
Em 14 de agosto, um grande júri nomeado por Willis acusou os réus de tentarem ilegalmente anular o resultado das eleições de 2020, vencidas neste estado-chave pelo atual presidente, o democrata Joe Biden.
Os 19 acusados tinham até o meio-dia local (13h de Brasília) de sexta-feira para se apresentarem às autoridades. Espera-se que eles retornem ao tribunal na semana de 5 de setembro, presumivelmente para anunciar se se declaram culpados ou não.
A procuradora Fani deseja que o julgamento aconteça em março de 2024.
Trump é alvo de quatro acusações criminais, duas em nível federal, em Washington e na Flórida , uma no estado de Nova York e outra na Geórgia (veja mais abaixo).
Cada processo, no entanto, rende para ele milhões de dólares em doações, feitas por apoiadores convencidos de que ele é vítima de uma “caça às bruxas”, como ele mesmo afirma.