Maternidade estadual no Subúrbio Ferroviário é destaque em atendimento humanizado pelo SUS

Às 7h42 de 2 de junho de 2024, a enfermeira Carina Aguiar Pitanga Suares, de 27 anos, ouviu pela primeira vez o choro da pequena Clarice. Um sentimento de alívio e felicidade tomou conta daquele momento único, após mais de 24h de um trabalho de parto intenso, que teve início ainda em casa, com o rompimento da bolsa. Ainda sem contrações efetivas, Carina deu entrada na Maternidade Maria da Conceição de Jesus (MMCJ), no bairro de Coutos, Subúrbio Ferroviário de Salvador, onde foi acompanhada por uma equipe médica acolhedora e interdisciplinar.

“Como eu tive risco de infecção, fui imediatamente atendida. Precisei fazer indução do parto, tomar antibióticos e ficar em observação. Poderia ter ficado apreensiva, mas os profissionais foram tão atenciosos e cuidadosos que eu me senti absolutamente segura. Em cada troca de plantão, fui muito acolhida. Foi um momento lindo, maravilhoso. A minha pequena nasceu super saudável, com 3,495 kg e 49 cm”, contou emocionada. 

Inaugurada em maio de 2021, pelo Governo da Bahia, para atender às mulheres do 11º Distrito Sanitário, no Subúrbio Ferroviário e áreas circunvizinhas, a Maternidade Maria da Conceição de Jesus, completou três anos. O nome é uma homenagem à enfermeira obstétrica que se dedicou por 30 anos à assistência ao parto na rede estadual de saúde e, em julho de 2020, faleceu, vítima da Covid-19.

Conhecida por um atendimento humanizado e estar localizada de frente para o mar, a unidade de saúde tem 107 leitos e já realizou, até o momento, mais de 11 mil partos naturais e cesáreas, incluindo os de alto risco. Desde a inauguração, não registrou nenhuma morte materna. No local, também já foram realizadas 958 inserções de dispositivos intrauterinos (DIU), 265 laqueaduras, 805 curetagens, 342 mamoplastias, 786 cirurgias pediátricas, 48.058 atendimentos ambulatoriais e aplicação de 18.360 vacinas.

“A maternidade é relativamente nova e vem cumprindo uma assistência muito integral à população do Subúrbio e parte de Itapagipe. Atingimos uma média mensal de 15 mil atendimentos gerais, sendo 330 partos e 660 internamentos. O espírito da unidade é de acolhimento com humanização, dentro daquilo que propõe a Rede Cegonha do SUS [Sistema Único de Saúde], tratar o outro como gostaríamos de ser tratados. Aqui, prezamos por partos normais e temos o menor índice de cesariana do estado. Também realizamos cirurgias em bebês e temos UTI [unidade de terapia intensiva] pediátrica”, descreveu o diretor e médico obstetra da maternidade, Amado Nizarala.

Na MMCJ, são oferecidos serviços de urgência e emergência. É referência para as situações de maior complexidade obstétrica; internação obstétrica destinada ao atendimento do parto de risco habitual, tratamento das intercorrências clínicas da gestação e do puerpério; serviço de referência à gestação de alto risco, constituído por ambulatório especializado em pré-natal de alto risco, consultas especializadas em obstetrícia, cardiologia, enfermagem, nutrição e psicologia; e serviço de apoio diagnóstico e terapêutica, organizado para ofertar ações em regime ambulatorial e de internação hospitalar, em patologia clínica, anatomia patológica, eletrocardiografia, radiologia convencional, ultrassonografia obstétrica com doppler, ecocardiograma adulto e neonatal e tococardiografia.

A nova maternidade conta, ainda, com banco de leite humano e um centro de parto normal peri-hospitalar, unidade destinada a garantir a condução da assistência ao parto de baixo risco, puerpério fisiológico e cuidados com recém-nascido sadio, da admissão à alta, por obstetriz ou enfermeiro obstétrico. Sala de exames, área de deambulação, posto de enfermagem e sala de serviços também compõe o espaço.

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